terça-feira, 31 de julho de 2012

Sacrificando-se por amor - A Sereiazinha de Hans Christian Andersen

Pra quem não sabe eu amo filmes,desenhos e livros infantis. E quando era crianças amava A Pequena Sereia da Disney ,o assistia várias vezes por dia.Gostava do colorido do desenho,das músicas e é claro da historia. E ainda hoje o assisto e não me canso, não só porque a história é bonita,mas porque lembra a minha infância. Quantas brincadeiras minhas girou em torno dessa temática,quantas vezes fui dormir imaginando como seria o mundo debaixo da água e como eu queria ser bonita e corajosa como ela quando crescesse.
Isso me levou a pesquisar sobre o filme que eu descobri posteriormente que foi inspirado em um dos contos do Hans Christian Andersen (o mesmo escritor do Patinho feio) e que a Disney mudou algumas coisas ao adapta-lo para o cinema.
 Li o conto completo  hoje na internet ( se vocês se interessarem acham facilmente pra baixar),e o achei uma linda historia de amor.A história fala sobre sacrifícios feitos em nome desse sentimento tão bonito. A sereiazinha abre mão da família, da sua longa vida (poderia viver até 300 anos) e a coisa que ela mais prezava que era sua voz, apenas para ter uma chance de conquistar o príncipe humano.E para isto acontecer precisava pelo menos de um par de pernas, então ela fez um acordo com a bruxa do mar,que disse que se o príncipe não se apaixonasse e casasse com ela,ela viraria uma espuma do mar (algo que era pior do que a morte).
E quando a Sereiazinha recebeu o tão esperado par de pernas desmaiou de tanta dor,e os seus pés doíam tanto que era como se estivesse andando sobre espinhos (o que fazia parte do acordo com a bruxa).
E será que o príncipe humano se apaixonou por ela (ou será que ela virou uma espuma do mar)? Valeu a pena esforço? Você se sacrificaria, largaria tudo por amor?

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria."
1 Coríntios 13:1-2

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Medo de crescer - Peter Pan e Wendy de J. M. Barrie


Quando criança assim como Peter Pan não queria crescer,muitas meninas na minha idade (as vezes até mais jovenzinhas) já passavam esmalte e maquiagem, mas para mim não havia nada no mundo dos adultos que me despertasse o interesse. Até porque os adultos muitas vezes passam a ideia de que por terem crescidos não são tão felizes como nos que somos crianças. Quem nunca ouviu quando pequeno seus pais (ou algum outro adulto) dizerem, "aproveita bem sua infância pois é a melhor fase da sua vida,depois você vai sentir muita falta" ?. Bom, a Sra. Darling diz algo parecido a Wendy,como podemos ver já no primeiro capitulo :

“Todas as crianças crescem, exceto uma. Elas logo descobrem que vão crescer, e Wendy descobriu assim: Um dia, quando tinha dois anos de idade, ela estava brincando num jardim e colheu uma flor a mais e correu com ela até sua mãe. Acho que Wendy devia estar mais graciosa do que nunca, pois a sra. Darling levou a mãe ao coração e exclamou:
- Ah, bem que você poderia ficar assim para sempre!
Isso foi tudo o que houve entre elas em torno do assunto, mas dali em diante Wendy soube que iria crescer. Todo mundo sabe, depois de fazer dois anos. Dois é o começo do fim” 


 Depois desse tipo de comentário comecei a observar como era a vida de adulto ( porque até então não pensava que aquilo ia passar) e não me conformava com suas formas de diversão,suas conversas, enfim , para mim o modo de viver deles era completamente enfadonho comparado ao meu mundo.

E é exatamente esse dilema que Peter enfrenta!

Dialogo de Peter ,Sra. Darling e Wendy :
" - A senhora me mandaria para a escola? - Sim. - E depois para um escritório? - Acho que sim. - Eu logo me tornaria um homem? - Bem logo. - Eu não quero ir para a escola e aprender coisas solenes - ele falou veemente- Não quero ser um homem. Ah, mãe da Wendy, se eu acordasse um dia e sentisse uma barba crescendo no meu rosto! - Mas onde é que você vai morar? - Vou morar com Sininho na casa que construímos para Wendy (...). Vou me divertir tanto - Peter disse olhando de soslaio para Wendy. - Vai ser um tanto solitário a noite - ela disse -quando você se sentar perto do fogo. - Sininho vai estar comigo. - Ela não serve para nada, não ajuda em nada -Wendy lembrou, com certa maldade (...). - Não importa- Peter disse. - Ah, Peter, você sabe que importa. "




James Barrie o criou para que nos servisse de inspiração, porque todos nos temos um pouco "de Peter" não querendo responsabilidades e sim nos divertir do nosso modo , alias, porque deveríamos abrir mão dos nossos desejos,de fazer o que queremos na hora que queremos por causa dos outros (sociedade,família,amigos etc.)?.

 E é essa irresponsabilidade faz de Peter um personagem extremamente egoísta, e em algumas partes até odioso por causa disso, no mundo dele só existe ele e suas vontades.

Pra quem não leu o livro aconselho que o faça,pois lá mostra várias coisas que nas adaptações não encontramos - nos mostra as consequências de nunca querer crescer/amadurecer,mostra como pessoas assim são sozinhas.

Quando eu era menino, agia como menino, discursava como menino. Mas quando cheguei a ser homem, deixei as coisas de menino (I Cor.13:11).